Obsceno
Enlouqueço em dias de Agosto no mês de Setembro. Primaveras febris! Tendências, interrogações. Sinto um desejo de extermínio. Campo de concentração. Não acho respostas, meu cérebro não condiz. Moram duendes no meu cérebro. Em dias de Agosto no mês de Setembro, que me seduzem. Enlouqueço em meio a emoções. Preciso equacionar, racionalizar. Entrar no sistema fazer fila marchar ajudar a compor a massa, a fila do super-mercado, o dia a dia. Fazer parte do meio sorrir um sorriso igual. Um sorriso de creme dental. Manter a temperatura normal. Ardência, demência. Me mato de uma morte passional, saio no jornal. Queimo no fogo das minhas entranhas, nos eixos nos seixos no sexo nessa casa de caracol. Lassidão, devaneios e incandecênçias .Moram demônios no meio das minhas pernas. Cheio de bocas vermelhas e hálito quente. Cheio de dentes, de línguas que mexem, que lambem, escorregadias e tendenciosas. Enquanto tento compor na fila do super-mercado. Minhas pernas se alongam como serpentes no ar, delírios... Me perco em meio a divagações e desejos. Desejo liso, de pernas cruzadas, pra não escorrer. E comprimo as partes, o ventre as paredes. E fecho a boca, e comprimo o ar. Ardo no fogo do inferno, na fogueira da inquisição. Feitiçaria fogo que arde que estala, que mata desejos reprimidos, comprimidos de dentes de línguas de lábios. Abro a boca os dedos as pernas os braços o sexo... As possibilidades e a vida. Reso, e enlouqueço em dias de Agosto no mês de Setembro. Saio da fila fujo da massa choro grito e corro. E me descomponho, e te busco. Abro portas fecho portas não te acho. Contraio, mas não da! Moram demônios no meio do meu cérebro e me queimam o corpo e escorrem incitados, melados, obscenos. Abraço o vazio e não te encontro. No meio da minha casa de caracol. Em dias de Agosto no mês de Setembro
Um comentário:
Então...Cá estou...No seu preto no branco ou vice versa...mais versa que vice...Mas prosa que branco...este encanto que lí...E é o primeiro da devassa que farei nesta tua imensidão de palavras claras no escuro da tela...É sim um desejo...é sim um desabafo...A teu estilo: pesado e denso em meio a gritaria louca da poesia que resvala orgãnica de dentr para fora de fora para dentro em teu corpo...Aquí, mas em fogo que nunca...Há um prazer nas palavras incandescentes, Há um sofrer nas palavras cruas...Há sexo entre elas e quer saber...Não precisas mesmo achar ninguém neste agosto setembrino...Pois em tudo o lí ví mais prazer que lamento: uma ode hermafrodita de prosaico lirismo
Mil beijos
O livro? PÕ já tá pronto...
Voltarei..
Postar um comentário