Uma dessas palavras nuas chama-se Mara Araujo

Açucenas...

Alvoroço de sensações. Noites ocultas onde invento sonhos e uma lua nova que ocupa a casa toda. Saio andando abrindo portas e janelas onde vejo estrelas brancas como açucenas, caindo sobre os lençóis. Pétalas, bolas de sabão transparentes, coloridas a acariciar a pele, como orvalho, como magia, como paixão, que gruda, que cobre... Paixão... Ah, sentimento insensato! Comportamento meramente humano que me trazem todas as novidades do amor. Um vento quente como a noite me envolve o corpo, em uma dança onde todos os movimentos exploram sensações. Fios intermináveis de prazer, de mar salgado, de coisas íntimas, de silencio solene, onde a alma voa sobre todas as cores, e o corpo manseia de febre longa, a procurar lugares e planetas que não eram meus. Invento sonhos, novos cantos, novos cheiros. O teu corpo, os teus olhos e os meus...