Cronica de um passado...
Dinheiro! Que droga precisarmos tanto dele. Dizem que damos mais valor ao dinheiro quando não temos. Mentira! damos sempre o mesmo valor. A diferença é que quando não temos somos obrigados a administra-lo melhor, e o fantástico, são os milagres que a falta de dinheiro nos obriga a fazer. Somos mágicos nesta vida de altos e baixos, malabaristas ambulantes. Dizem que ter dinheiro modifica o ser humano. Não ter também. É mais ou menos assim: tendo as pessoas se tornam auto-suficientes, seguras, instruídas, bonitas, alegres, sorriem de qualquer coisa e mexem com o lado triste de quem não tem. E não querendo se sentir triste, quem não tem por vezes sente raiva, inveja, frustrações. Se sente pobre! Acho engraçado e triste tudo isso, mas na verdade, só quem entende o rico é outro rico. Agora a pobreza é triste por consequência, e má! Porque ser pobre é ver o outro ter, querer o que o outro tem, ter raiva do que não tem, contar com o que se tem. Que merda! Acho a pobreza perigosa. O pobre pensa demais. Agora gostoso mesmo é viver a deliciosa inconsequência de ter dinheiro. Como é gostoso comprar, gastar, ter dinheiro é muito bom. Com todos os riscos que ele traz. Viver não é um risco? Mas enfim com dinheiro ou sem dinheiro, o gostoso mesmo é viver e saber administrar a vida. Eu não sei! É serio, eu não sei, mas quem é que sabe totalmente, impunementemente? Quem será tão perfeito ao ponto de administrar finanças, família, emoções suas, e de outros, trabalho, relacionamentos sociais e amorosos, enfim, administrar o dia à dia sem se perder? É complicado porque quando se para para pensar que geralmente o exemplo vem de "cima", que exemplo o país nos dá? A tão falada má administração diante de seu completo atestado de impotência, nos dá dentro de sua complexidade um pais quebrado, onde vivemos de utopias, com impostos altíssimos, serviços fálidos na educação, saúde e tantos outros, que só nos trazem insegurança. Não entendo de política, mas entendo de desemprego, da não empregabilidade que nos mostra incapazes. Entendo de violência social, racial, familiar, física e política. Vivo em um pais onde pessoas matam, roubam, agridem e ficam impunes, onde existe o foro privilegiado! Um pais que vejo nos noticiários da TV. a fome escancarada na cara dos jornais. Entendo de medo, de agressões, insegurança e frustrações. Meu filho estuda em colégios estaduais, municipais, e em cada reunião de pais e professores, você se perde boquiaberta pensando, meu Deus estes professores não estão em condições de educar, de ensinar! E no decorrer de reuniões e reuniões você percebe que a escola está doente, você está doente, os alunos estão doentes. O país está doente! E porque estamos assim? Salários baixos, Violência medo, insegurança, conflitos familiares e pessoais. Somos frutos de uma desordem legal, dentro de uma completa instabilidade nacional. O nosso dizem, é um governo caótico. O pais da insegurança! Você vê isso nos olhares assustados que brilham cada dia menos. Hoje nos temos medo na mesma proporção da policia e do bandido. Não se sabe nunca qual é o mais perigoso, porque? Somos todos tutelados por um governo ineficiente, que não se governa. Que nos joga na cara um apartamento na Florida no valor de dois ou trez milhões de reais, a nota de um relógio de pulso no valor de trez mil reais. E dizem que esse dinheiro é nosso! Um juiz qualquer da um golpe de cento e oitenta milhões no T.E.R. e desaparece. Somos roubados e fazemos fila em liquidações de super-mercados, e dormimos nas calçadas, nos corredores implorando atendimento médico nas madrugadas frias deste Brasil. Enquanto isso dizem, nosso presidente faz apologia "viajando", ao governo francês pela redução da jornada de trabalho na França para trinta e cinco horas semanais. Enquanto aqui, trabalhadores lutam, não sei a quanto tempo para a redução da jornada de trabalho de quarenta e quatro horas, para quarenta horas horas semanais. Na França o nosso presidente acha tudo lindo e perfeito. Aqui trabalhadores, sindicalistas e empresários se comem, e quem digere? Redução de encargos, tributos, concordatas de um lado, bancos quebram do outro, a previdência social se dizendo falida, os aposentados minimamente confortados e o leão perseguindo à todos mas comendo só alguns. Trabalhei em uma empresa que comprava e vendia imóveis em nome de terceiros. Era sul realismo ser atendida na casa do dono da empresa por uma secretária doméstica, e saber que sem saber, ela possuía algumas dezenas de apartamentos na zona sul do Rio de Janeiro, sua conta bancária, era manipulada por todos, menos por ela que a desconhecia, e morava na favela do Vidigal. E agora, o que fazer com essa impotência em meio a essa desordem social dominada pelo poder? Andamos no escuro fugindo das Febens da vida que pelo pouco que sei , foram construídas para serem creches ou mais ou menos como colégios internos para crianças carentes. E o que assistimos hoje? Um massacre generalizado à infância e a juventude. Menores infratores com um estatuto arcaico de dez anos de desuso. É o que você tira de tudo o que se lê nas manchetes do dia a dia sobrevivente. Acabamos nos tornando expectadores de uma inquestionável falta de administração generalizada no pais, há já muitos anos. Um imenso jogo de cordéis, que se mudar hoje, ainda vai levar muitos anos para que se comece a ter resultados, positivos. O Wood Allen faz análise á trinta anos, e diz que vai precisar de mais trinta para assimilar! Acredito mesmo é que precisamos de uma escola para governantes. Não sabemos administrar! E não podemos esperar mais para aprender. Não podemos deixar nossas crianças sem uma chance de ressocialização. Precisamos aprender, porque me sinto frustrada neste pais de contradições. Rico em petróleo, minérios, grãos, que "possui" uma Amazónia que dizem ser o pulmão do mundo, mas também centenas de obras públicas super-faturadas. Encargos exorbitantes e fome e sede, muita sede! Um pais subi-desenvolvido com cento e oitenta milhões de habitantes. Mas somos o pais do futebol, que nos "distrai."Sambamos no cCarnaval. Vamos as olimpíadas, e sonhamos morar no Leblon onde vivemos todas as noites na te linha da TV. morrendo de leucemia, ou de outras mortes quaisquer. Não entendo nada de política, mas com certeza pertenço a oposição! Esperançosa de fazer um país melhor, mais colorido, mais confiante, respeitado. Não só com liberdade de expressão, mais liberdade de viver, de participar, de ser! Liberdade de olhar para cima e ver nossos governantes liderando com mais seriedade, com mais amor pelo seu povo, por seu país, com menos ganancia. Para que possamos construir, e não sonhar com uma vida melhor. E talvez um dia, não muito distante, possamos sentir o verdadeiro significado da palavra dignidade!
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