... É só clicar no titulo do Blog, ( Em casa de poeta, o importante é sonhar!) que ele disponibiliza todo o conteúdo. Eu, acho que vale a pena. Acho também que a troca seria perfeita se deixassem um comentário, eu adoraria! Mara Araujo





quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Mãe, que saudades...



Hoje ouvi uma música de mãe que viveu, que morreu... E em cada verso uma dor, um olhar de visões, de falta, e me lembrei de você. Senti o vazio. Um vazio imenso e agudo como um abismo, cheio de antecedentes e historia de sonhos que queria viver, que vai estar sempre ali profundo e negro como a ausência que você deixou, impregnado dessa atmosfera de falta de mãe. Sofro pelo que não fiz, não dei não falei. Com toda a urgência do mundo tinha pressa de ir, de crescer, de partir, e fui com a impaciência do tempo, em uma inocência que existe sempre em quem é jovem, sem ter me dado conta da importância que você tinha em minha vida. E agora esse vazio impregnando célula por célula,  por toda a extremidade do ser. Sinto-me sufocada, sem palavras em meio a tuas lembranças onde emaranho entre sorrisos e apitos de trens. Sons de vozes. Manchas goteiras e rachaduras na minha memória, você sorri e sinto saudades de mãe, medo e desproteção. Você que andava devagar, que olhava em silêncio. Não existe mais você para que eu me afunde em seus braços, para afugentar essa ausência profunda e obstinada de dentro do peito, enquanto escuto canções e as horas escorrem dentro de mim. Mãe, que saudades...

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