... É só clicar no titulo do Blog, ( Em casa de poeta, o importante é sonhar!) que ele disponibiliza todo o conteúdo. Eu, acho que vale a pena. Acho também que a troca seria perfeita se deixassem um comentário, eu adoraria! Mara Araujo





domingo, 13 de dezembro de 2009


Mata

Vestir-me-ei de mata, de verde, de arvores. Mesclar-me-ei a raízes numa intensidade de terra, de folhas, de frutos que não foram colhidos, furiosa com o sangue que me corre dentro, e sumirei em meio aos bichos que fogem com medo dos trovões. Impregnada de atmosfera sumirei, e não me verei mais. Vítima das extremidades do corpo, dos nervos, dos sonhos, do querer tudo demais, do sangue maligno, impuro que me pulsa quente, sempre exigindo mais. Fugirei do ridículo de ser eu, do ordinário, do extravagante, dos desejos que me consomem com fúria. Fugirei da dor, do não ter, do não ser, num mimetismo de nada! E serei cruel, intensa, orgânica, dona de todo absurdo, de toda a insanidade pra fugir e não gritar que sou frágil, apaixonada, e sinto medo... E morrerei rápido, transmutada de mata, de verde, de terra nas vísceras, nos flancos, nas marcas, no âmago... Na historia

Um comentário:

Hölle Carogne disse...

Um dos melhores na minha opinião... Você consegue descrever tudo de forma tão intensa, fico arrepiada! Parabéns Mara, meu imenso oceano azul...