Anti-Deus
E são tantos... João Victor, Maria Rita, Dyana, Antonio, Josias, José... Um mar de desamparo, de solidão aflita. Um rio de sangue onde braços infantis mergulhão a procura de pão, de um olhar, de uma mão, a procura de Deus. E se esgarçam de riso, de brincadeiras, de roubo, de crime, drogados, anestesiados dormindo na boca de túneis de uma chamada zona sul. Órfãos de um espaço infinito em que se perdem superpostos, a mercê de toda desgraça, num planeta sem domínio e quase sem Deus. Sem perspectiva, sem cuidados, sem afeto, sem pai, sem mãe, sem prefeito, sem governo, apenas, ratos, dragões, aves de rapina, vampiros, punhais, veneno, água podre, maligno e nada mais. Miserável destino de escória pagã a contorcer a vida sem remorso, a ferro, fogo e cordéis, como um anti- Deus
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