Meandros
Dizem que sou voraz e danço em espelhos meio selvagem. Que possuo a real dimensão do que sou inventada em coragem. Um bicho meio suado que baba instintivo como quem bebe o ar. Que tece meandros em caças territoriais, faminta! Que sou meio feiticeira por natureza, vestida mulher. Que rezo nua nas portas da noite sem lua, sem luz nem estrelas onde mato e morro febril. Dizem que inundo prazeres de caça e caçador renascido. Submissa escrava e senhora. Que possuo a voracidade do sentir, como quem ora, abnegado ajoelhado e entregue. Absorvendo em grandes goles a intensidade do sentir, de dar, de doar, tomar gastar usar, tremendo de medo, de ardor, de dor, de prazer. De querer no limite de morte e vida como um dom, que me foi riscado em sulcos profundos e divino na palma da mão. E que durmo nas manhas, constrangida... Grávida de Deus
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