Antítese
Não ser! Um eclipse lunar eterno. Terra seca que não frutifica dormindo ganância dor e invejas negras. Chaga exposta que não cura não perdoa nunca, e fere. Não quero ser desalento em noites de frio em calçadas vazias e sujas. Não ter nada a oferecer em tempos de fome e solidão desamparada. A doença que mata, nem serei a fome dos aflitos, que gritam desamparo no olhar. Não! Não quero ser o dragão que cospe fogo queimando esperanças e sonhos. O carrasco que decepa a cabeça dos encapuçados. A navalha que corta e dilacera almas cansadas. A bala disparada e seca que mata em silencio no calar das horas. Não serei o silencio de casais estranhos em camas duras e sentimentos mortos. Ah... Não quero ser ausências, carências e desafetos. Nem quero ser a saudade, a vontade enlouquecida que queima machuca e estremece o corpo explodindo em orgasmos ensandecidos e quietos em um quarto vazio, escuro e frio
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