... É só clicar no titulo do Blog, ( Em casa de poeta, o importante é sonhar!) que ele disponibiliza todo o conteúdo. Eu, acho que vale a pena. Acho também que a troca seria perfeita se deixassem um comentário, eu adoraria! Mara Araujo





sexta-feira, 19 de setembro de 2008



Praça 15... Orla.

O céu parece que vai despencar carregado de nuvens. Frio, chuva e o ônibus enchendo. O motorista canta e da risada com a boca sem dentes. O cobrador com a mochila aberta no colo come! Entre o gira roleta, bom dia, boa tarde, notas e moedas ele enfia garfadas na boca gulosa. Parece comer o tempo. O vendedor vende balas, linha e agulhas enquanto o cobrador segue costurando a fome. Vai pela praia motô? As pessoas têm uma mania de economizar errado. Passa no Flamengo? E o Flamengo que perdeu mais uma... A moça gorda se esparrama na poltrona me espremendo num canto. O ônibus segue seu curso molhado, devagar pra não derrapar porque a traseira é leve e com chuva o asfalto vira sabão! De repente um tumulto alguém grita uma duas três vezes... É um assalto! A criança chora, a mulher grita. Ai meu Deus... A gorda diz me espremendo mais ainda. O cobrador tosse engasgado com a comida, o motorista parou de cantar. O silencio. A tensão, o medo, o tempo a impotência... O tiro! A freada, o revolver e o sangue no chão. Olho para fora e vejo o bondinho do pão de açúcar subindo alheio a tudo. O mar esta calmo debaixo da chuva. O assaltante morreu varado por uma bala na cabeça, um policial estava no ônibus. O dia segue cinzento em meio à vozes excitadas e sirenes. Olho para o Cristo Redentor e não o vejo, se escondeu nas nuvens. O assaltante era um menino de apenas quinze anos... E tinha mãe...

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