Mero acaso
Somos um mero acaso a meia luz, em uma boate qualquer. Embriagados e possuídos. Apenas eu e você, nos achamos... sós. Somos a madrugada bêbada de um samba de gafieira. São os traços e os passos que falam por nos, nos rodopios de um salão de tábuas gastas por mil pés... Em dois pra la dois pra cá. Cambaleantes alheios e sem cordéis, livres! Empurrando o amanha pra depois, porque o hoje... é o que basta! Que venha mais um traçado! Que me escorra quente pela garganta, que me invada as veias anestesiando as dores de dias letárgico sem luz e sem cores.Vamos beber alegrias, cantar felicidades, dançar fantasias num copo de gim. Somos hoje o mero acaso perambulando cabarés a andar enlaçados e trôpegos nas calçadas da vida, à sentar no meio fio encharcados de conhaque e perfume barato, amarrotados em abraços e beijos vagabundos... Dentro das circunstâncias...
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