Peter Pan
Sinto a falta da presença, de saber-te vivo nesse planeta sem ressalvas, de milhões, onde dançavas historias e movimentos falando de pássaros, terras viagens e flores, outras cores outros sonhos além, muito além de todo entendimento, de todas as dores. Sinto saudades e um vazio de imensa frustração por não saber falar da dimensão dos momentos, sonhos que brincavam historias que agora não contam mais; Do seu tamanho imenso que incomodou, agrediu, insultou. Fico pensando sempre nas pessoas que são incapazes de amar e que se sentem agredidas pelos que amam. Querem matar, dizimar as cores da alma, querem matar o amor. E gritam crimes cheios de lama de tortura e todas as intenções perversas. Invadem, perseguem, esburacam a casa as ruas, arrancam hidrantes, escadas, apagam luzes afiam lâminas... O ponto mais interno das febres de Abril. Aves de rapina, dragões, cascos, arame farpado, abismos, serpentes... E criam ciladas, guerras, subornos e gritam dentro do caos tentando matar o amor... E o corpo morre. Hoje, conjugamos em tempos verbais diferentes, você amou. Eu amo desmedidamente. Acalanto dores e perdas e entre elas, a sua que me deixa esse sentido estranho de contradições. Hoje o dia está mais triste, mais lamurioso porque você partiu e procuro sentir esse jorro da natureza nas suas manifestações, um entendimento maior que justifique a perda, a tristeza, a ausência do seu corpo pequeno, franzino nesse planeta onde nascemos e morremos cercados por lobos, em um mundo onde o amor custa muito caro e o ódio ameaça sempre. Saudades de saber-te aqui onde ainda posso ver glicínias orvalho e girassóis, ouvir o mar, cigarras e aviões. Saudades de quando você sorria, cantava e dançava falando... I Love you
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