Labirintos da alma
Às vezes é uma tristeza tão profunda que desce do nada... Um buraco que engole tudo que acredito, tudo que aprendi e sempre segui como regra. Agora essa sucessão constante de mastigar as horas como se fossem fiapos de um pano velho demais. Um medo da vida, uma impotência, um medo da morte, e ao mesmo tempo essa vontade que tudo acabe como fim de viagem. Ir logo, morrer, acabar. Um desejo tão intimo de ficar deitada dentro do escuro, não falar a ninguém, não dar explicações. Não levantar, não tomar banho, não escovar os dentes, não trabalhar nunca mais! Só ficar deitada ou andando pela casa, para La e para Ca, como coisa banal, sem expectativa, arrastando correntes, marcas e cansaço como fim de luta. Labirintos da alma. Sem poderes perigosos, sem forças, sem mais desafios, apenas tristeza a ignorar tudo, as horas, o tempo, os tratos e as moscas. Não quero saber de manhas nem de meio dia, nem saber se já é verão. Quero o escuro da noite, o silencio que se espalha pela casa e me arrasta, me arrasta como um líquido, que caiu... E se espalha. Não devia ter esse medo, não devia. Não devia arrastar essa dor, essa tristeza profunda...
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