Delírio e vertigens
Língua de vulcão a lamber-me a barriga, cheio de babas, de mãos, onde todos os movimentos fluem em uma teia de braços, de abraços, tremendo prazer. Um sangue fermentado de urgências, carregado de correntes e água feroz. Lança tortuosa a desenhar caminhos, ruas e vielas com a exatidão de um músculo num sobe e desce afiado, que funde incontido e desbrava. Ondulam gemidos e respirações. Delírios e vertigens e um formigamento de angústia, um gelo na espinha, de querer mais, de fome que não acaba, de boca seca de beijos a pedir, a gemer, a querer além do corpo... A alma, a vida, a identidade, o divino, a criação e a morte
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