Precipícios meus
Habita em mim um gigante que abre os braços, estica as pernas e se agita o tempo todo. Circula livremente e acha que tudo pode... Habita em mim esse ser, cheio de dentes de garras, de carmas, de signos, de dupla personalidade, que fala demais, que corre demais, que é grande demais e tem vida própria. Acha que é Deus, com esse sotaque misturado, agreste e urbano, que me joga às vezes no fundo do mar ou, na mais absurda paixão. Já tenho uma tendência natural para os excessos, fantasias mais loucas, induzida então...Desdobra tapetes, descortina estrelas e céus e me empurra, e vou, tropeçando, caindo, levando o medo e uma inocência que já gastei, cheia de cercas e pelos. Precipícios meus. Coisa íntima. Meu gigante acredita, acha que é Deus. Só que às vezes ele dorme, se aquieta, e eu, me afogo num pantanal, despenco das luas, me rasgo, tremo de medo, saio correndo, dobro esquinas, tranco portas... Meu gigante acorda e se estica cheio de crueldade, mostra os dentes, machuca, maltrata por eu ter fugido mais uma vez, se revolta sofre, chora, e me acolhe, me entende e se acalma, tendencioso. Com um olhar de malícia e um sorriso na vóz, adentra para a delícia do crime devagar, e começa a tramar mais uma vez ...E abre os braços, estica as pernas...
Habita em mim um gigante que abre os braços, estica as pernas e se agita o tempo todo. Circula livremente e acha que tudo pode... Habita em mim esse ser, cheio de dentes de garras, de carmas, de signos, de dupla personalidade, que fala demais, que corre demais, que é grande demais e tem vida própria. Acha que é Deus, com esse sotaque misturado, agreste e urbano, que me joga às vezes no fundo do mar ou, na mais absurda paixão. Já tenho uma tendência natural para os excessos, fantasias mais loucas, induzida então...Desdobra tapetes, descortina estrelas e céus e me empurra, e vou, tropeçando, caindo, levando o medo e uma inocência que já gastei, cheia de cercas e pelos. Precipícios meus. Coisa íntima. Meu gigante acredita, acha que é Deus. Só que às vezes ele dorme, se aquieta, e eu, me afogo num pantanal, despenco das luas, me rasgo, tremo de medo, saio correndo, dobro esquinas, tranco portas... Meu gigante acorda e se estica cheio de crueldade, mostra os dentes, machuca, maltrata por eu ter fugido mais uma vez, se revolta sofre, chora, e me acolhe, me entende e se acalma, tendencioso. Com um olhar de malícia e um sorriso na vóz, adentra para a delícia do crime devagar, e começa a tramar mais uma vez ...E abre os braços, estica as pernas...
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