Espelhos
Como ousei... Ousei num atrevimento de espanto. Alem das tardes de Junho, do permitido, das possibilidades. Alem das portas fechadas e até das suas vontades, que eram tantas! Ousei te querer, como um raio de luz atrevido, que cega. Como pude colocar-te dentro das minhas fontes, das minhas eras, dos meus espelhos. Colocar-te dentro das minhas plantas a subir em árvores e descansar, nas folhas das tardes de um tempo em que lhe pertenci... Enquanto me entrevia nas cores e bordados dos lingeries. Tantas cores e formas de sedução, a enfeitar-me o corpo, seu! Querendo te dar o meu máximo, sem perceber estava te dando meu medo, minhas angustias, minha individualidade, minha historia e todos os meus retratos. Ousei falar-te. Ousei, ousei e ousei matar-te rapidamente, com medo de morrer. E agora fico aqui, cheia de reticências, crucificada no tempo, num ritual sem palavras me perguntando, se doeria menos... Morrer
Como ousei... Ousei num atrevimento de espanto. Alem das tardes de Junho, do permitido, das possibilidades. Alem das portas fechadas e até das suas vontades, que eram tantas! Ousei te querer, como um raio de luz atrevido, que cega. Como pude colocar-te dentro das minhas fontes, das minhas eras, dos meus espelhos. Colocar-te dentro das minhas plantas a subir em árvores e descansar, nas folhas das tardes de um tempo em que lhe pertenci... Enquanto me entrevia nas cores e bordados dos lingeries. Tantas cores e formas de sedução, a enfeitar-me o corpo, seu! Querendo te dar o meu máximo, sem perceber estava te dando meu medo, minhas angustias, minha individualidade, minha historia e todos os meus retratos. Ousei falar-te. Ousei, ousei e ousei matar-te rapidamente, com medo de morrer. E agora fico aqui, cheia de reticências, crucificada no tempo, num ritual sem palavras me perguntando, se doeria menos... Morrer
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