Lençóis
As vezes deslizo assim como serpente, pro fundo dos meus lençóis; Que a vida sujou, menstruou, sangrou e deixou manchas fortes com a urina do medo. Escorrego assim quase líquida relendo lembranças na pele nas pernas, nas costas das mãos e no frágil das horas que não param de avançar. Enrosco-me em abraços de um tempo fresco e maroto, verde prata,vermelho e azul. Espumas de ondas compridas onde lavo todos os corpos que amei, dobrado em horas de total convergência, sorrisos falas e bocas quentes. Floresta queimada cheirando a fumaça ardida de eucaliptos verdes. Um cheiro grudento que me agarra a pele como visgo e me enfrenta com ameaças de vento forte, de sopro, de ar e dessa disponibilidade que assusta como estrelas frias, como água fresca e gelada onde decido... Lavo todos os lençóis e estendo em brancas manhãs com cheiro de flores, de amores-perfeitos e levanto feliz e matreira, com os olhos brilhando como de quem, ainda guarda segredos...
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