No dia em que comi estrelas...
No dia em que comi estrelas estava cansada demais. Era um dia de estradas com curvas largas e verdes. Dia de cores felizes de festas e sol, e eu... Cansada demais! Decidi comer estrelas pra vida se transformar. E os dias... Ah os dias... Passaram a ser de muitas manhas muitos dengos, cheiros amadeirados e agua de mar, que mergulhei! Muitas raias, muita dança, muitos cisnes, lichias e vastos sonhos. Comi estrelas nesse dia platinado e de cordas soltas, tão cheio de pássaros, de cantos, de conchas, de vozes, de gula, rios e sorrisos. Anjos e borboletas que carrego na barriga e que sempre me escapam pela boca, pelos olhos, corpo e dedos e voam em dias azuis. Ando assim numa atmosfera de religiosidade, sem gesto medido, quase maternal. Intuo magia num mundo de tatuagens coloridas, búzios e frutas doces, num sorriso natural. Um riso de água, que desafia todas as secas, todos os casos oblíquos, todas as flechas lançadas. Desde então ando assim, meio protegida por astros, por deuses, por cânticos e fadas. Luas e estrelas que carrego na cabeça sempre tramando sonhos
2 comentários:
Gosto muito de ler vc,Mara....
Mas certos textos teus,me dão uma inveja danada,rs.Inveja da boa....este,eu adoraria ter escrito."Comer estrelas" é uma figura de linguagem felicíssima.Beijos menina...e muita inspiração.
Obrigada LOu por todo seu carinho! (mara)
Postar um comentário