O cio de Lilith
Dormia o negrume da noite cheia. Magia, fantasmas e lobisomens. Vampiros de ideias sugando almas e pensamentos. Lua negra em mar selvagem, onde se nada náufrago de um velho navio, em lugar algum, pra nunca chegar. Abismo de desilusões em horas negras, frias e lentas onde o espírito do vento silva, sibilante. Desamarro cordas, liberto das armadilhas e alço voo. Atravesso todos os limites nas sombras da noite. Pulo por cima da lua negra caindo nos braços do sol, ouvindo cantigas de crianças e brilhando claridade. Ostras abertas em ondas esparramadas. Pérolas que me escorrem das mãos em areias granuladas, que cintilam macias aos meus pés cansados, que pisa leve feito algodão. Sedas verdes e azuis tímidas, como asas de amor molhado, renascido, que aos poucos se espalha esvoaçante, deixando versos e sândalo na fase nova da lua que se deseclipsou
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