Legado
Corro letras e palavras tentando me guiar, quase estranha alternando novos eus. Expressiva. Sinto desejos de viagens, sonhos de liberdade total. Lavar a mente comsemedo. Junto tudo e ando em caminhos luminosos que risco brilhando desejos. Centelhas douradas. Aprendendo novas alegrias que escorrem azuis pretas verdes vermelhas... Aspectos variáveis de mim que jorram em páginas brancas e virgens, onde me deito as vezes calma como brisa de passagem, ou pesada feito nuvem encharcada em noites sem luz, insone. Corro letras e palavras tentando entender os ais que me gritam. Meus próprios ais e lamentos. Sentimentos sem magia que suporto abarrotados no tamanho que me foi legado e que há mil anos tento entender mergulhada em vísceras gosmentas, onde me viro e reviro suja, mergulhada em restos de passados mortos e abnegados, e futuro de medos que não consigo ver. Tentando me limpar.
Desvendar horas e lugares que me abateram em silencio de mortevida. Busco pausa e alheamento cansada. Sonho com caminhos delicados e luminosos que tracei, mas caio sempre vencida pra dentro de mim. Poder que me foi imposto de sentir os ais, doces lamentos mareados. Não quero sentir... Resignada choro desvirginando o papel.
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