Lilaz
Me apaixono por você amanha. Ou depois de amanha. Hoje não! Hoje não posso! Hoje preciso ficar sozinha. Quero meu vôo de águia, como o da renovação. Hoje olhando no espelho vi traços que desconheço, revi estradas que deixei para trás, serenos que não tomei, vi pedras que não pisei, corpos que não amei, caminhos que me enrosquei. Hoje preciso estar só como praia varrida, deserta na madrugada. Quero marulhar! hoje preciso dos rosmaninhos para acalentar. Aliviar esses traços que nunca vi e que me anunciam um inverno frio, longo e árido. Hoje preciso absorver o momento, rever pensamentos, deletar sentimentos de medos e aberrações. Preciso abortar dores, ilusões de eterna primavera, desnecessária. viver no tempo do não saber, no tempo do entender. Me apaixono por você amanha, ou depois de amanha. Hoje preciso estar só, para chorar, estradas que não andei, amantes que não amei, bocas que não beijei, constrangida! Preciso esmiuçar, contrair, incitar este irromper invernal que está a minha porta invadindo. Hoje preciso estar só, sem defesas para enfrentar predadores do tempo nas evidências do corpo lasso, da razão, do enfoque intermitente.. Preciso saber de novas propostas e posições. Remontar, capacitar, desvestir submissa. Hoje preciso sair e comprar agasalhos, o frio me espreita, ameaçador quase voráz.
Me apaixono por você amanha. Ou depois de amanha. Hoje não! Hoje não posso! Hoje preciso ficar sozinha. Quero meu vôo de águia, como o da renovação. Hoje olhando no espelho vi traços que desconheço, revi estradas que deixei para trás, serenos que não tomei, vi pedras que não pisei, corpos que não amei, caminhos que me enrosquei. Hoje preciso estar só como praia varrida, deserta na madrugada. Quero marulhar! hoje preciso dos rosmaninhos para acalentar. Aliviar esses traços que nunca vi e que me anunciam um inverno frio, longo e árido. Hoje preciso absorver o momento, rever pensamentos, deletar sentimentos de medos e aberrações. Preciso abortar dores, ilusões de eterna primavera, desnecessária. viver no tempo do não saber, no tempo do entender. Me apaixono por você amanha, ou depois de amanha. Hoje preciso estar só, para chorar, estradas que não andei, amantes que não amei, bocas que não beijei, constrangida! Preciso esmiuçar, contrair, incitar este irromper invernal que está a minha porta invadindo. Hoje preciso estar só, sem defesas para enfrentar predadores do tempo nas evidências do corpo lasso, da razão, do enfoque intermitente.. Preciso saber de novas propostas e posições. Remontar, capacitar, desvestir submissa. Hoje preciso sair e comprar agasalhos, o frio me espreita, ameaçador quase voráz.
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