Me lançaram ao mundo num infinito de porquês, em meio à dores de parto. Com forças por forças, suores e gemidos cansados. Ah! mãe que dor. E que tantas outras dores você ainda iria sentir, iria passar, e você nem sabia de nada. Em meio aquele seu amor passivo e a sua covardia. E cheguei carregada de porquês, contaminada pelos seus medos. Cresci em meio as suas frustrações anormais que hoje consigo entender. Você se arrastava eu corria e corria. Quanto mais você se arrastava eu corria, acho que fujo até hoje dos seus medos da sua incerteza, insegurança.E dancei mãe, dancei tanto com as minhas lindas e perfeitas pernas, e amei todos os seus amores, todos mãe, sem excessão. E me habitavam todos os seus monstros, os seus ódios, as suas dores. E fui aprendendo mãe a alimentar todos eles. E ficaram fortes, ficaram grandes, tão grandes que queriam me matar mãe. E os meus porquês? Que tantas perguntas. E você não sabia mãe, que havia porquês? Talvez nem soubesse responder. Você só chorava, dizia que amava e me passou seu amor, e nem um gesto de carinho. Mas eu amei tanto mãe, amei de doer. Mas mãe será que eu amava alguém? como podia dar o que não havia? Fico pensando agora, o que eu sentia? O que era o meu amor? era dor? Não sei, há ainda tantos porquês, talves insolúveis. Ah! mãe que anos malucos, que anos malvados, que corridas, que dor nas pernas, que insondáveis labirintos tive que passar. Quase morria mãe, em cada um deles. Mas eu via a luz. Era um ponto distante, mas eu enxergava. E andei tanto, ainda ando tanto mãe, porque vejo sempre um clarão, e sou determinada! As vezes mãe, sua covardia toma conta de mim, seus medos, suas historias, seus rancores, até suas doenças, e sinto medo mãe. Mas me fio naquele pontinho branco que descobri um dia, e que era a luz, então mãe tudo passa, Mas haja luta mãe! Ah! que pena que você não viu mãe, mas você só chorava... Mas mãe, eu, não posso morrer com você,e não quero mãe, morrer por você. Não poderia, enquanto você se arrastava mãe, eu corria... e corria...
Sonhar, ter fé e acreditar que ainda há esperança, neste país onde a violência, CPIs, impostos, foro privilegiado, e bocas famintas invadem a nossa casa nos jornais do dia dia. Sonhar em meio a legislações obsoletas,desemprego e muita fome. Completa instabilidade social, onde pessoas matam, roubam impunes diante das nossas caras impotentes de medo sem ter a quem recorrer, e lembrei-me de uma frase,"Quando a vida nos violentar pela simples razão de ser, eu me imporei sonhar!" (mara araujo)
... É só clicar no titulo do Blog, ( Em casa de poeta, o importante é sonhar!) que ele disponibiliza todo o conteúdo. Eu, acho que vale a pena. Acho também que a troca seria perfeita se deixassem um comentário, eu adoraria! Mara Araujo
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