... É só clicar no titulo do Blog, ( Em casa de poeta, o importante é sonhar!) que ele disponibiliza todo o conteúdo. Eu, acho que vale a pena. Acho também que a troca seria perfeita se deixassem um comentário, eu adoraria! Mara Araujo





domingo, 16 de setembro de 2007

Do outro lado da rua...


O mendigo da praça acha graça em tudo! Acho até que das suas tantas roupas imundas e rotas. também dos pés descalços, sujos e grossos de tanto caminhar. Ascende um cigarro meio amassado, meio pisado, meio fumado, que acabou de pegar na calçada. anda cambaleante. Tropeça aqui, cai ali, levanta, para, anda. Dobrando sacos, papéis, cobertores, trapos, dobrando a vida, e segue gingando com suas tralhas. Um riso livre, gozado, insano. Dobrando ruas sem compromisso. A vida se resume em andar, arrumar tralhas e dar risada, do nada. Da liberdade do não saber, ou se esconder? Que importa? se está bom assim. quantas ruas e praças tem pra viver? Lá vem o carro do gás, com aquela musiquinha enjoativa de todos os dias. Os meninos soltam pipas, correm. O onibús circular passa lotado. Pessoas entram e sai da padaria com um saco de leite e um pacote de pão. A cabeleleira loira e velha, pega carona com o moto boy. E o homem da praça fica olhando para minhas pernas, quando saio no portão. bicicletas, cachorros, carroça, cavalos, homens, mulheres e crianças. Todos passam pela praça. A kombi da lotação, a moça das sacas pesadas da ida ao super mercado. O japonês de todos os dias, vende verduras na praça. Quando chove coloca uma capa grossa amarelo gema, mas não arreda pé. Lá vem o menino de patinete descendo a ladeira e se estabaca no chão. chora, grita, fala palavrão e ganha uma cicatriz. Mas uma entre as muitas que vai levar vida a fora. A noite a igreja da praça vai encher de rapazes e moças, bem vestidos que vão mais para driblar os pais e poder namorar, paquerar, tudo normal... Também tem carrinho de pipoca, algodão doce e crianças em eterna algazarra e um enorme burburinho. Virão velhos e velhas senis pra resarem o pai nosso que é pra ver se o bom Deus nos perdoa os pecados dessa vida cansada, as vezes angustiada. Que o mendigo da praça nem quer saber de existir. O que ele sabe, quer é dar risadas... Enquanto eu fico na minha janela, pensando e observando...

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