
Intimidade de girassóis
Cabelos compridos e a meia noite no olhar. No corpo um gosto de fruta cheirando caju, que o homem olhava querendo comer. Ousadia e cismas deslizando sensações que guardava... E o homem pedia, suava, implorava qualquer coisa que dava, alguma coisa já estaria bom. Descoberta que tinha poder... tinha cheiro, coxas, meios, entremeios... Serpente ondulante cheia de sensações, e o coração a bater, um descompasso que se misturava a pensamentos confusos que abrangia um imenso desejo de ser livre, luminosa, imensa... Mas, sabia que fugiria logo dessa intimidade de girassóis, desse calor de estrelas, onde queria desmaiar para permitir tudo, o infinito fingindo dormir. Comer maçãs, ameixas, caqui e caju, impregnada de uma curiosidade quente, úmida, gulosa, escorregadia e esquiva, a fugir de uma profanação, tentação... Espécie de coisa significante, obstinada, quase selvagem que escorregava arrepiando, atravessando célula por célula. Um desejo novo a pairar traiçoeiro sobre o medo num ar de mormaço, de silencio e olhares velados. O corpo se encostando cheirando caju e limão, todas as frutas, agua de cachoeira, correndo pra algum lugar...
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