
Este assunto não pode ficar guardado. Este assunto de liberdade, de vida, de escolhas, sentimentos e criação. Não, não pode... E me dizem ser o texto poético, sonoro...Ou nada! Um pouco mais, um pouco menos e me pedem para trocar palavras, por serem menos sonoras, menos poéticas, como por exemplo, trocar a palavra rins por ventre, no contexto de um texto
em questão. E dou risada caindo em defesa dos rins. Não posso mudar! Com ou sem poesia, com ou sem sonoridade, ele abrange no referido texto, tudo o que quero passar. Quando penso em uma palavra, frase, órgão, algo, penso em tudo que o compõe, como, massa, membrana, cor, água, sangue, urgências, veias... Existe um mundo de variáveis em uma escolha, ela não está ali apenas por sua sonoridade ou poética, é uma coisa séria. Pode não ser para muitos, mas é tudo muito grave. Eu não vôo apenas, eu sinto o ar, o bater das asas durante o vôo. O que me passa a palavra ventre? Passa-me paz, um deitar de cabeça, maternidade, erotismo, uma sensualidade que no caso, não caberia no texto
em questão. Muitas pessoas sentem ímpetos de mudar o que escrevo. Gosto disso, é sinal de que fui capaz com o meu texto de movimentar, de inspirar alguém a criar, a doar algo genuinamente seu. A se manifestar, de uma forma ou de outra. Todos podem mudar o que escrevo, eu não! Sempre digo que o momento em que escrevo, não me pertence. Eu sim, pertenço a ele, realizada.
Tenho que no mínimo, respeitar. Queria falar isso...
Mara Araujo
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